domingo, 28 de julho de 2013

A EXPLOSÃO DA COGIC NO BRASIL


Este é um tempo muito especial para a maior denominação pentecostal do planeta,aqui no Brasil, é nosso 27º aniversário. A COGIC, Church Of God In Christ, em português: IGREJA DE DEUS EM CRISTO, tem vivenciado nos últimos quatro anos (desde 2009) extraordinária projeção nos meios modernos de comunicação, especialmente nas redes sociais. A Igreja afro-americana que chegou no Brasil em 1986 através dos saudosos Pastor Rubens dos Santos e do Bispo Samuel Moore, gastou seus primeiros anos em consolidação histórica e aperfeiçoamento das lideranças. Hoje, sob a liderança episcopal do Bispo Terrence Rhone, a COGIC desponta no cenário evangélico nacional como uma das maiores forças, especialmente entre os jovens, que encontram na eletrizante musicalidade gospel de raíz, uma opção poderosa para se envolver nos ministérios de música através dos sensacionais corais e grupos de louvor ao velho estilo afro-americano.
A Igreja de Deus em Cristo foi a primeira denominação pentecostal oficial originária do lendário Movimento Pentecostal nascido na Rua Azuza, 318 em Los Angeles. Foi também a primeira denominação pentecostal a credenciar ministros e abrir congregações de acordo com as leis federais. Fundada em 1897 como uma denominação clássica da santidade, e reorganizada em 1907, quando seu líder, o Bispo Charles Harrison Mason recebeu a experiência pentecostal do falar em línguas pelo ministério do Reverendo William Seymour, a Igreja de Deus em Cristo teve participação crucial na formação sócio-política dos Estados Unidos da América; e como denominação predominantemente negra, foi decisiva na questão racial americana. Foi no Templo Mason da COGIC, que o pastor e ativista pelos direitos civis dos negros, Martin Luther King Jr. Pregou seu último sermão: “Eu estive no monte e vi a terra prometida”. Foi num templo da COGIC que velaram o corpo do outro ativista negro, Malcoln X.
Mais de trezentos pastores e ministros brancos se uniram à COGIC por uma óbvia conveniência, para adquirirem suas licenças federais para pregar e abrir igrejas. Não suportando a pressão racial, os mesmos trezentos pastores e ministros deixaram a COGIC, e em 1914, convocaram uma assembleia geral de ministros brancos em Hot Springs para tratarem de seu futuro como líderes pentecostais; foi nesta convocação que deram início à assembleia de Deus, nome que, aliás, surgiu nesta ocasião pela primeira vez, e veio a servir de inspiração no Brasil para a reorganização em Belém do Pará da Missão da Fé Apostólica, que, quatro anos depois, em 1918, passou a chamar Assembleia de Deus. Assim, se queremos ser justos e precisos ao honrar a história, precisamos considerar e lembrar que a querida Assembleia de Deus é a filha mais ilustre da COGIC, além de outras pentecostais como: A Igreja do Evangelho Quadrangular, a Igreja do Nazareno e a Igreja de Deus.
A COGIC no Brasil, ou Jurisdição do Brasil, liderada pelo Bispo Terrence Rhone, está distribuída hoje em doze distritos: COGIC1, Superintendente Aldo Bezerra; COGIC2, Superintendente Robson Paiva; COGIC3, Superintendente Ivo Mariano; COGIC4, Superintendente Gerson Venâncio; COGIC5, Superintendente Terrence Merrit; COGIC6, Superintendente Sérgio Melo; COGIC7, Superintendente Ronaldo Nascimento; COGIC8, Superintendente Aldair Rodrigues; COGIC9, Superintendente Paulo Assis; COGIC10, Superintendente Eneas Francisco; COGIC11, Superintendente Nelson Pena; e COGIC12, Superintendente Ismael Pereira. Estes distritos distribuídos em três regionais: Regional 1, Supervisor Robson Paiva, Regional 2, Supervisor Ivo Mariano, e Regional 3, Supervisor Ronaldo Nascimento.
O grande diferencial da Igreja de Deus em Cristo é sua liturgia singular de culto e sua teologia pentecostal sólida e centralizada na Santidade e Santificação. A música e a pregação fervorosa também têm sido os fatores de maior crescimento da COGIC.
Muitas denominações históricas têm promovido a cultura COGIC (uns inocentemente e outros deliberadamente) incorporando em seu repertório musical a o estilo exclusivamente COGIC. Podemos fazer menção de alguns cantores e corais importantes que ajudaram a disseminar esta musicalidade, preparando o caminho para esta explosão da Igreja de Deus em Cristo em nosso país, dentre eles, Álvaro Tito, Matos Nascimento, Marquinhos Gomes, Priscila Angel, Soraia Moraes, grupos Grove Soul, Templo Soul, Kades Singers, além do popular Raíz Coral. No primeiro semestre de 2012, a grande Catedral das Assembleias de Deus do Brás, promoveu de maneira estrondosa nossa cultura musical, ao realizar grandes shows com dois nomes familiares para nós: Kirck Franklin e Donny Mcklurkin. Nesta ocasião, foi mencionado o nome do nosso querido Coral Resgate pelo Pastor Samuel Ferreira, que proferiu publicamente: “Eles são de uma tal de COGIC”. É irônico não sabermos o nome de nossa mãe, mas isto se deve a uma omissão histórica, talvez gerada por perda de informações preciosas ao longo das décadas. Hoje, há inúmeros corais no estilo COGIC dentro de denominações pentecostais, dentre os quais podemos citar o jovem coral Voices Soul, e outros que estão surgindo todos os dias honrando de alguma forma a identidade musical da Igreja de Deus em Cristo.
Vale a pena relatar que dentre os financiadores da viagem missionária dos apóstolos suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren, estava o Bispo Charles Mason, presidente da COGIC. É tempo de honrar a história!
Sim, a cultura musical COGIC é absolutamente inconfundível e contagiante. A Igreja das palmas, a igreja da dança, a igreja do pentecostes primitivo de Azuza. Os teólogos tradicionais mais conservadores classificam a COGIC não como pentecostal, mas como “ultra-pentecostal”, atribuindo este título de maneira pejorativa é claro, pois a extravagância na adoração, e a impetuosidade na pregação são marcas inegociáveis da Igreja de Deus em Cristo.
A pregação na COGIC é algo glorioso! Os ministros que cultivam de fato a oratória melódica e veemente dos antigos pregadores da Santidade do Sul dos Estados Unidos do início do século XX, dão ao culto uma expressão poderosa da ação do Espírito na liturgia. Ao som da pentatônica do Hamond os pregadores apoiados pelos músicos exortam e edificam a congregação num ritmo poderoso e inflamado pelo fogo pentecostal.

DISTINTIVOS LITURGICOS DA COGIC

O estilo da adoração e da musicalidade na Igreja de Deus em Cristo nos remete a épocas da história norte-americana que ajudaram a dar forma ao que conhecemos como música gospel. Para entendermos com clareza a adoração e musicalidade da Igreja de Deus em Cristo, é necessário voltarmos um pouco à realidade dos escravos que trabalhavam nos campos de algodão nos séculos XV e XVI, que emprestaram às gerações futuras sua melodia e sentimento. A Igreja de Deus em Cristo teve o privilégio de ver nascer figuras da música gospel que seriam únicas em sua contribuição para a denominação e reconhecimento fora dela. Dentre elas, talvez a mais aclamada e que deixou um legado ainda vivo e atuante no conceito musical e que se expande para outras áreas do ministério – Dra. Mattie Moss Clark (1925-1944) – suas filhas Twinkie, Dorinda, Jackie e Karen Clark. Dra. Clark é conhecida como responsável por criar a harmonia em três vozes nos corais: soprano, contralto e tenor, o que ainda prevalece até o dia de hoje em todos os corais americanos.
A adoração na Igreja de Deus em Cristo exerce um papel fundamental na preparação da atmosfera do culto para a pregação da palavra e visita do Espírito Santo. No aspecto geral, é responsável por aberturas de cultos, seguidos de apresentação do coral, solo sermônico, dentre outras participações.
A musicalidade da igreja é visível e inquestionável na vida dos músicos instrumentistas, que atuam do começo ao fim do culto, e revela a COGIC como uma das maiores escolas de músicos da atualidade.
Sendo uma igreja tradicionalmente pentecostal é muito comum encontrarmos na Igreja de Deus em Cristo pregadores que são de terceira ou até mesmo quarta geração na igreja, e, por sua vez, aprenderam e desenvolveram seu estilo de pregação, vendo seus pais e pastores desde criança  pregarem uma mensagem viva e fervorosa.
Ainda no Avivamento da Rua Azusa era comum o Espírito Santo guiar o líder do culto para informar um irmão, segundos antes, que era ele quem devia trazer o sermão. O que depois do derramar do Espírito Santo, tornou-se em, além de atividade sagrada, um estilo de arte.
O fervor vem sem dúvidas, da vida do Espírito que fora derramada sobre o pregador, mas a melodia vem certamente da influência da escravidão, da musicalidade particular dos negros o que se tornou um estilo não somente na Igreja de Deus em Cristo – apesar de ser uma das mais tradicionais desde seus dias pós avivamento – mas em muitas outras igrejas e denominações pentecostais norte-americanas, dentre elas algumas brancas.
A pregação na Igreja de Deus em Cristo é vista como a parte principal do culto, quando Deus fala. O pregador prepara seu sermão, mas já está claro desde o início da mensagem que o fim  dela pode exigir o que a história chama de chamada-e-resposta nas igrejas de origem negra. O pregador não somente prega para o público, como o faz juntamente com ele. Ouvir palavras de apoio da congregação, tais como, “prega!”, “sim, sim”, “ajuda, Senhor”, dentre muitos outros, não são de se admirar.
Concernente à melodia, o pregador da Igreja de Deus em Cristo, muitas vezes até sem o devido conhecimento musical, trás uma bagagem cultural que de forma natural o leva a ser repetitivo em frases de efeito, construído sobre o hemistíquio (cada metade de um verso, separada pela cesura, normalmente associado a versos longos) sua rítmica de pregação, usando o que musicalmente se conhece como escala pentatônica, que é a base para grande parte dos estilos musicais de origem negra, como o blues e o gospel.  O pregador constrói sua mensagem com introdução, exemplos, interação com o público, e geralmente, uma conclusão com que chamam de whoop (brado, grito, exclamação), que geralmente se faz acompanhar de melodias construídas com a escala pentatônica, acompanhado por um bom organista.
A COGIC no Brasil se reúne, assim como nos Estados Unidos, em dois grandes eventos: A Santa Convocação Jurisdicional e a Conferência AIM. A Santa Convocação, sob a direção do Bispo Jurisdicional Terrence Rhone e sua diretoria, reúne toda a Igreja de Deus em Cristo no país para celebrar sua unidade, e a AIM (Auxiliares In Ministrie) Auxiliares no Ministério, é a Conferência de Treinamento das lideranças nos cinco Departamentos principais da COGIC: MÚSICA, EVANGELISMO, MISSÕES, ESCOLA DOMINICAL e JUVENTUDE. No Brasil estes departamentos estão atualmente sob a liderança dos seguintes irmãos: MÚSICA, Missionária Jéssica Augusto; EVANGELISMO, Pastor Enéas Ribeiro; MISSÕES, Presbítero Adriano Cunha; ESCOLA DOMINICAL, Missionária Maria Aparecida; e JUVENTUDE, Pastor Márcio.
Você deve estar inquieto com a declaração do início desta postagem de que a COGIC é a maior denominação pentecostal do planeta. Esta é uma informação precisa. Indubitavelmente, a Assembléia de Deus é, segundo o historiador eclesiástico Vinson Synan (livro: O Século do Espírito Santo, Editora VIDA), a maior e mais conhecida “comunidade pentecostal” do mundo com 35 milhões de membros no mundo, embora, o mesmo Vinson Synan declare que hoje, a igreja de Deus em Cristo é a maior denominação pentecostal existente e a igreja que mais cresce. A diferença está nas terminologias aplicadas a ambos os seguimentos: A Assembléia de Deus é a maior como ‘comunidade pentecostal’ e a Igreja de Deus em Cristo é a maior como ‘denominação pentecostal’ histórica. Comunidades Pentecostais possuem inúmeras ramificações dissidentes, mas uma denominação possui uma unidade eclesiástica legitimamente episcopal, ou seja, embora a AD como denominação seja realmente grande, ela está fragmentada por políticas administrativas diversas que formam blocos convencionais, já a COGIC não possui essa pluralidade administrativa e de lideranças. Embora nos Estados Unidos a COGIC (6 milhões) seja duas vezes maior do que a AD (3 milhões), no Brasil a COGIC começou sua ascensão nos últimos três anos, especialmente através do crescimento explosivo da musicalidade afro-americana por aqui como já dissemos. Mas a história mundial de sucesso e avivamento de ambas as denominações, deve ser um motivo para sua unidade, não como instituições, mas como partes cruciais do corpo de Cristo em nossos dias e detentores do poderoso legado pentecostal.
A história da Igreja de Deus em Cristo é peculiar devido a fatos que impactaram e até mesmo modelaram o cristianismo norte-americano e que ainda exerce grande influência sobre aquele país. No século 19, o movimento da santidade se destacava como conseqüência do trabalho da doutrina metodista, pela ênfase na doutrina wesleyana da perfeição cristã, que cria ser possível viver uma vida livre do pecado voluntário, o que era uma segunda obra da graça. Foi sob este ensinamento que as ‘igrejas da santidade’ foram formadas no início do século 19. Dentre elas, a Igreja de Deus (Santidade), Igreja Evangélica Metodista e é claro, a Igreja de Deus em Cristo. O Bispo Mason e o Bispo C.P. Jones foram responsáveis pela controvérsia da santidade, ao introduzirem a forma doutrinária calvinista na igreja batista negra (leia-se, formada por negros), a doutrina perfeccionista wesleyana da santificação, o que certamente causou muitos conflitos. O encontro de Charles Mason com C.P. Jones, Elder J.E. Jeter e Elder W. S. Pleasant em 1895 foi o início de um relacionamento que mudaria a história da igreja americana. Juntos estes homens realizaram um avivamento em 1896 que causaram um grande impacto na cidade de Jackson, Mississippi. Muitas pessoas se converteram, foram curadas e santificadas pelo ensino do Bispo Mason. Mas este impacto soou negativo para a associação batista que fechou suas portas para Bispo Mason e seus companheiros. Em 1897, Bispo Mason foi forçado a pregar seu sermão na entrada sul do tribunal de justiça, o que tocou o coração do Sr. John Lee, que ofereceu a sala de sua casa para a reunião seguinte. Mas por causa do grande número de pessoas que compareceram, o Sr. Watson, dono de um depósito abandonado, permitiu a transferência da reunião para o prédio onde desencaroçavam o algodão, às margens dum pequeno riacho. Este local se tornou o local de reunião da Igreja de Deus em Cristo, a partir de onde o grupo se organizou com o propósito de enfatizar a doutrina da santificação através do derramar do Espírito Santo.
É impossível desvincular a história da Igreja de Deus em Cristo da história de Charles Mason. Ele nasceu em 8 de Setembro de 1866 na Fazenda Prior, norte de Memphis. Seus pais eram Jerry e Eliza Mason, ex-escravos e membros devotos da Igreja Batista Missionária. A mãe de Mason orava ferventemente para por seu filho, para que ele fosse dedicado a Deus. Quando menino, Charles orava com sua mãe para que eles tivessem acima de tudo, uma religião como aquela que os velhos escravos demonstravam em suas vidas. Esta fome pelo Deus de seus ascendentes fundamentou a dinâmica de sua vida. Charles tinha doze anos quando a epidemia de febre amarela surgiu e levou a vida de seu pai. Durante estes dias de temor e dificuldades, o jovem Mason trabalhava muito, com poucas chances de estudar. Em 1880, febre e calafrio atacaram a saúde de Mason, o que causou grande temor no coração de sua mãe. Todavia, milagrosamente ele foi curado no primeiro domingo de Setembro de 1880. Junto com sua mãe, ia à Igreja Batista M. Olive, onde ele foi batizado por seu meio-irmão, Ver. I.S. Nelson, numa atmosfera de louvor e ações de graças. Aos 25 anos de idade, ele deixou um pouco o ministério integral para se casar com Alice Saxton, filha da melhor amiga de sua mãe. Alice com muita amargura lutou contra seus planos ministeriais e se divorciaram após dois anos. Mason ficou desesperado e triste e por muitas vezes, satanás o tentava, para que tirasse sua própria vida. Ele permaneceu solteiro, até a morte de Alice Saxton. Em 1893, com 27 anos, ele entrou na Faculdade Batista do Arkansas, fundada por Elias Morris, pastor da Igreja Batista Centenária em Helena, Arkansas. Mas por não concordar com os métodos, filosofias e currículo da instituição, ele decidiu que a escola não o ajudaria na prevenção da perda da vitalidade da ‘religião escrava’, por causa de sua assimilação da cultura em geral. Saiu em 1894. Foi em 1895 que conheceu Charles Price Jones, um líder nato. E sendo Mason um dinâmico pregador, não tinha dificuldade em segui-lo. Ele se referia a Jones, como um homem que era “doce no Espírito do Senhor, que orava muito”. Juntos, iniciaram a Igreja de Deus em Cristo em 1897, todavia, 1895 foi ano de acontecimentos vitais para o surgimento da igreja. Mas mudanças ainda mais drásticas estavam por vir.

CHARLES MASON SE ENCONTRA COM WILLIAM SEYMOUR

Em 1907 Bispo Mason viajou para Los Angeles para participar um avivamento pentecostal junto com seus companheiros. Ali, William Seymour – também negro e filho de escravos – pregava Lucas 24:49 e Mason ficou convencido que era essencial para ele receber o derramar do Espírito Santo. O avivamento da Rua Azusa encontra suas raízes, no movimento da santidade, com cristãos da igreja batista negras. Na primavera de 1905 em Los Angeles, os ministros da Segunda Igreja Batista removeram oito famílias da membresia devido à visão sobre a santidade. Este grupo começou a se reunir na casa de uma família negra – família Asbery - na Rua Bonnie Brae (este local hoje é o museu da Rua Azusa e pertence à Primeira Jurisdição do Sul da Califórnia, da Igreja de Deus em Cristo). Este grupo mais tarde sentiu a necessidade de um pastor integral, e William Seymour foi recomendado por uma prima da Sra. Asbery. O nível do relacionamento entre eles cresceu a ponto de Seymour pedir conselhos para Mason sobre seu interesse em se casar com Jennie Moore, uma linda e inteligente negra de origem etíope; o que aconteceu numa cerimônia particular, realizada pelo Elder Edward Lee, tenho como única testemunha a esposa de Elder Lee. Mason não somente aconselhou positivamente o casamento de Seymour com Jennie Moore, como antes, desencorajou o relacionamento de Seymour com Clara Lum, uma mulher branca, editora do jornal Fé Apostólica. O que mais tarde resultou em no fim do avivamento da Rua Azusa, pois Clara Lum se vingou de Seymour levando consigo para Portland, os vinte e dois mailing list cuidadosamente coletadas nos quatro anos anteriores, o que impediu a Missão da Rua Azusa expressar sua voz para seus apoiadores ao redor do mundo.

SUA CISÃO HISTÓRICA

A nova experiência pentecostal de Mason foi trazida por ele de volta ao Sul do Estados Unidos, como totalmente apoiada pelo Novo Testamento. Todavia, uma divisão foi inevitável. Vista como ilusão, a glossolalia foi rejeitada por C.P. Jones e os demais líderes da igreja ao lado de Mason, e de certa forma, estes retiraram a “mão direita de comunhão” uma vez estendida a Mason. Rapidamente, Mason conclamou uma assembléia com aqueles que criam na experiência do falar em línguas, como sinal do batismo no Espírito Santo de acordo com Atos 2:1-4. Os que apoiaram seu ensino e responderam positivamente a convocação foram E. R. Driver, J.Bowe, R.R. Booker, R. E. Hart, W. Welsh, A. A. Blackwell, E. M. Page, R.H. I. Clark, D. J. Young, James Brewer, Daniel Spearman e J. H. Boone. Estes homens organizaram a primeira Assembléia Geral da Igreja de Deus em Cristo e unanimemente escolheram o Bispo Mason como supervisor geral e apóstolo chefe da denominação. Ele recebeu autoridade total para estabelecer a doutrina, organizar departamentos auxiliares e nomear supervisores. O nome “Igreja de Deus em Cristo” permaneceu com o Bispo Mason, porque foi a ele que Deus revelou o nome baseado em I Tessalonicenses 2:14, enquanto orava nas ruas do Arkansas em 1897.

SEU ESTRONDOSO CRESCIMENTO

Com a paixão e compromisso do Bispo Mason para com a pregação do Evangelho da salvação, santificação e agora, poder do Espírito Santo, a igreja cresceu de 10 congregações em 1907, para mais de doze mil congregações. Entre 1900 e 1061, Mason viu a Igreja de Deus em Cristo se tornar numa denominação afro-americana nacional, e em grande parte urbana. Desde o seu humilde princípio nas regiões do Rio Mississipi, os colaboradores de Mason – homens e mulheres – viajavam para as cidades industriais do norte para evangelizar as massas que migravam em busca de oportunidades melhores. Entre 1912 e 1914, o Bispo Mason enviou obreiros para o Texas, Kansas, Missouri, Illinois, Ohio, Nova Iorque, Califórnia, Michigan, etc. A expansão internacional da Igreja de Deus em Cristo remete aos idos de 1927, quando uma convocação foi feita para que obreiros se disponibilizassem para terras estrangeiras. A irmã Mattie McCaulley de Tulsa, Oklahoma foi a primeira se apresentar e foi enviada para Trinidad umas das ilhas das Índias Ocidentais. Ela também passou um tempo em Costa Rica e então voltou para casa. A partir deste simples início, a Igreja de Deus Cristo deu seus primeiros passos rumo à conquista que hoje conhecemos como 57 países do mundo, dentre eles, o Brasil. A igreja conta mais de 260 jurisdições espalhadas por todo mundo, tendo é claro, sua grande concentração nos Estados Unidos da América, onde é reconhecida como a quarta maior denominação cristã, e primeira pentecostal naquele país.

CONCLUSÃO

A história da Igreja de Deus em Cristo guarda ainda muito mais detalhes que é impossível serem compartilhados em uma lição condensada. Há muito que se pode ser dito sobre a influência da liderança do Bispo Charles Mason, o preço pago no início, suas vitórias, perseguições e sua morte; muito deve ser dito sobre o trabalho das mulheres, reconhecido como o ministério mais eficaz da COGIC desde seu início, com a Matriarca Lizzie Robinson. Muito há para ser dito sobre sua influência no estilo de adoração, impacto em missões, capacitação e valorização do ser humano e vitória sobre a mentalidade escrava. Mas cremos que a medida em que compartilhamos mais detalhes desta linda história, a Igreja de Deus em Cristo no Brasil poderá ir muito além de onde tem chegado, tendo em vista o legado de fé e virtude para nós deixado por tão excelentes líderes e desbravadores do passado. Este é o tempo.



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